"Quando meu marido estava na África Ocidental na campanha militar
de 1895-96 ele ouviu falar sobre a história de duas tribos que viviam
bem próximas uma da outra, mas que estavam sempre brigando e até mesmo
fazendo guerras entre si. Isto era muito ruim e desastroso para ambas,
com o gado sendo roubado e coisas assim. Então o chefe de uma das tribos percebeu como aquilo estava
errado, reuniu seus conselheiros e decidiu não tornar a lutar novamente,
mas sim estabelecer a paz com seus vizinhos guerreiros. Assim quando,
depois de algum tempo, o inimigo veio avançado diante deles, aguardando
que eles também avançassem e iniciassem a luta, este bom exército ficou
aguardando ao invés de contra-atacar.
Existia um código de honra que dizia que um homem desarmado que
não poderia se defender nunca poderia ser atacado, assim o bom chefe da
tribo que queria a paz abandonou suas armas e andou lentamente até
adiante de seus homens, e depois de ficar de pé por alguns instantes
caminhou em direção ao inimigo (que tinha parado surpreso com os
acontecimentos inesperados) e, estendendo sua mão esquerda depois de
arremessar longe seu escudo e sua lança disse:
“Eu vim desarmado e estendo minha mão esquerda para você como um
sinal de amizade e confiança. Nós somos vizinhos e não devemos viver em
inimizade. De agora em diante nós desejamos viver em paz e acreditamos
que vocês vão fazer o mesmo e nos tornaremos amigos.”
Bem, muitos anos mais tarde quando meu marido fundou os
escoteiros ele sabia que os rapazes e moças gostavam de sinais secretos e
sugeriu que nós deveríamos ter e poderíamos usar este “sinal secreto”
de apertar as mãos de uma forma diferente da maneira convencional. Como todos nós em nosso Movimento acreditamos realmente em cada
um dos outros, este método de apertar as mãos com a esquerda ao invés da
direita deveria ser usada por todos.
A mão esquerda é mais próxima do coração. Se isto é verdade ou
não, eu, comigo mesma sei que a parte da amizade é verdadeira para nosso
Movimento como era para aquelas tribos, e que Deus faça que isso sempre
permaneça como parte da mística e da essência do Escotismo e
Bandeirantismo."
Lady Olave Baden-Powell – publicado em “Matilda” – Outubro de 1970
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